quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Identidade Compacta

  A identidade compacta é uma identidade (atitudes) que as pessoas devem incorporar para serem vistas bem pela sociedade e não serem criticadas pela sociedade, mas isso deve ser visto conhecendo o individuo, o  do seu eu. Hoje na contemporaneidade com essa necessidade e força para consumir e ter desempenho, prende o sujeito ao imediato, fazendo com que o sujeito se distancie mais e mais do seu interior. Segundo Enriquez: “O conhecimento da psique como força operante tem, portanto, como resultado a sua destruição ou, pelo menos, a sua submissão, frequentemente com seu consentimento e com sua satisfação” (Enriquez p.50).

O inconsciente fala mais do ser humano do que ele pode falar, isso divide a identidade, leva o sujeito a não se conheça , quanto mais achamos que estamos no controle, mais as coisas se descontrolam. Estarmos fora do controle torna-se é mais fácil de andarmos nessa turbulência, de nos conhecermos.

Devemos conhecer o diferente, não com sentimento de pena, mais sabendo que existem diferenças e que elas devem ser tratadas igualmente, hoje existe muita discriminação com relação ao diferente.

Também não se pode colocar todos os indivíduos diferentes num mesmo local por imposição pois isso pode agravar o problema, os conflitos e discriminação, um modo para tentar diminuir essa discriminação seria através de estratégias onde todos teriam um objetivo em comum ou estratégias que beneficiem a todos.

Há um valor que se atribui o diferente, como sendo algo negativo, se trata com estranheza, sentimento de medo, ele se representa como uma ameaça. O diferente esta associado um valor negativo de destruição da nossa noção de identidade, individuo e nos deixa frustrados. A causa desse sentimento é também da formação das sociedade compactas ( mudanças, permeabilidade, incorporação).

Quando se vê o diferente se totaliza o individuo em um traço, por exemplo, a gorda, o velho, esse traço não diz quem é o sujeito, ele o captura, elimina o sujeito, o concretiza.A sociedade impõe a competição, ser lindo, saudável, respeitar a natureza, não fumar entre outros, todos esse discursos corroboram para um emplacamento da sociedade, não deixando o sujeito entrar em contato com seus conflitos e o faz ter uma identidade forjada. Não já ninguém como a sociedade impõe sendo o mais lindo ou o mais inteligente ou alguém que não tem bafo de manha, então o individuo sempre busca mais.

A identidade compacta (imposta, artificial) cria armadilhas, quanto mais compacta essa diferença mais ela se torna preconceituosa.


Hoje tudo depende do momento, hora se defende uma causa se ela satisfazer algum interesse seu e hora não se defende quando seus interesses não são atendidos.

Uma música que se relaciona com este tema é "Um cara estranho" do extinto grupo Los Hermanos, seguem alguns trechos:
Olha só, que cara estranho que chegou
Parece não achar lugar
No corpo em que Deus lhe encarnou
Tropeça a cada quarteirão
Não mede a força que já tem
Exibe à frente o coração
Que não divide com ninguém

Tem tudo sempre às suas mãos
Mas leva a cruz um pouco além
Talhando feito um artesão
A imagem de um rapaz de bem

Olha ali, quem tá pedindo aprovação
Não sabe nem pra onde ir
Se alguém não aponta a direção
Periga nunca se encontrar
Será que ele vai perceber?
Que foge sempre do lugar
Deixando o ódio se esconder

Talvez se nunca mais tentar
Viver o cara da TV
Que vence a briga sem suar
E ganha aplausos sem querer

Faz parte desse jogo
Dizer ao mundo todo
Que só conhece o seu quinhão ruim
É simples desse jeito
Quando se encolhe o peito
E finge não haver competição
É a solução de quem não quer
Perder aquilo que já tem
E fecha a mão pro que há de vir.

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